O amarelo de maio
Entre as ruas fazem-se as vítimas. Tem aquelas que são fatais e outras com sequelas vitalícias. A imprudência ceifa a vida e onera o sistema: Bem-vindo ao maio amarelo!

Esse movimento surgiu com a intenção de chamar a atenção para o alto índice de morte no trânsito em todo o mundo! A intenção da Organização das Nações Unidas (ONU) com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” seria poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.
E quando nos deparamos com dados reais fica mais fácil entender onde quero chegar:
- De acordo com dados levantados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2019 e divulgados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), na última década cerca de R$ 3 bilhões foram gastos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento de vítimas graves de acidentes de trânsito no Brasil.
- Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa etária de 15 a 29 anos de idade; o segundo, na faixa de 5 a 14 anos; e o terceiro, na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano ou um percentual entre 1% e 3% do PIB (Produto Interno Bruto) de cada país.
- Se nada fosse feito, a OMS estimava que 1,9 milhão de pessoas deveriam morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa de mortalidade) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos.
Tão logo nos deparamos com obviedades, como respeitar as leis de trânsito implicam na redução dos gastos e de vítimas… Mas isso não acontece! Ainda que as multas sejam altas, os acidentes acontecem, na maioria das vezes, por imprudências – uso do celular, alta velocidade, dirigir embriagado. São ações que em milésimos de segundos fazem circunstâncias de morte aguda ou vítimas crônicas, incapacitadas em vários aspectos, talvez pelo resto da vida!
E tudo isso gera um custo: SAMU, UTI, exames, tratamentos, reabilitação…
É preciso se fazer entender com essas palavras, que tudo isso pode ser evitado com segurança no trânsito, responsabilidade e respeito às regras.
Ademais, é por isso que coloco em pauta o tema, a Medicina precisa fortalecer a prevenção de vítimas de trânsito, pois quando uma vida é perdida, nossa profissão estará profundamente impactada. Não morrer, significa, também, prevenir!
Dado retirados do site: https://maioamarelo.com/
Conheça o site e apoie essa causa. Dirija com atenção e respeite as leis de trânsito.
A saúde agradece!
Natália Duarte Bueno é discente da turma 6 de medicina da UFMS-CPTL e é responsável pela coluna "Socializando a pauta".
Matéria publicada em 31 de maio de 2022.